Kaidan Historias de Terror Japonesas

Kaidan são histórias de terror japonesas, este pode ser uma assunto muito interessante de se discutir. Afinal, história de terror fazem parte da vida de qualquer pessoa, principalmente na infância. Mas no japão, Kaidan não tem o propósito de amedrontar ou assustar as pessoas, e sim outro objetivo…

As histórias de terror existem em todos os países, seja isso uma coisa boa ou ruim. Algumas tem como propósito um bem maior, colocar medo nas crianças para que elas não desobedeçam aos pais é um exemplo. Outras tem foco em fazer dinheiro, que é o mercado cinematográfico da atualidade.

Na cultura de cada povo, é normal as histórias de terror estarem associados às religiões. Lúcifer é um exemplo de personificação do mal nas religiões cristãs. Assim como o Ragnarök é o evento que trará caos e destruição, de acordo com a mitologia nórdica.

Junto dessas histórias de terror, há as lendas urbanas que também são um gênero específico dentro do terror. As lendas urbanas começaram há muito tempo, os contos dos irmãos Grimm foram as primeiras a serem veiculadas pela Europa e, depois, para o mundo.

Kaidan

Enquanto que na nossa cultura ocidental, os contos de terror possuem um único formato – exceto as lendas urbanas que possuem um nome próprio –, os contos de terror japoneses possuem um nome definido: kaidan.

Apesar de muito confuso, o termo não deve ser usado para se referenciar ao j-horror, nem aos contos tradicionais ocidentais. O termo kaidan, em japonês, é escrito com os kanjiskai e dan (怪談)Kai (怪) significa misterioso ou raro e dan (談) significa falado ou narrativa recitada.

Alguns filmes como, por exemplo, Ring (1998) não é um exemplo de kaidan. Por qual motivo? Simples, o filme é nada mais do que uma adaptação cinematográfica de um livro de terror. Caso você não saiba, ele é a inspiração para os diretores de “O Chamado”, como é conhecido aqui no Brasil.

Diferente das histórias do ocidente, o gênero não possui o propósito de assustar as pessoas, ou de amedronta-las. A intenção é narrar coisas estranhas e que aconteceram uma vez, o que pode acontecer de ser algo medonho.

Kaidan na Cultura

Kaidan é um dos gêneros que persistiu no Japão durante os anos iniciais da história da literatura japonesa. Durante o período Edo é que se houve a maior valorização da arte e cultura japonesa da história do Japão.

Um exemplo de história do gênero é a “A mansão do prato em Bancho”. A história se passa há muito tempo e retrata a morte – injusta – de um servo, ele retorna na forma de fantasma – ou yurei como é chamado o fantasma no Japão – para assombrar os vivos. Ou seja, são histórias bem comuns, mas com significados diferentes.

Contudo, apesar de serem histórias com enredos conhecidos, até previsíveis, o que está por trás é maior que isso. A grande maioria dos japoneses segue o budismo, isso influência nos elementos retratados na trama do kaidan.

Os budistas acreditam muito no que eles chamam de carma. Seria, basicamente, uma analogia com a lei de causa e efeito: para toda ação, existe um fruto e existe um resultado. Esse conceito é a base do budismo. E este fruto, ou resultado, refletem na vida atual ou na vida após a morte.

Quando o conto envolve fantasmas, a chance de estar lendo algo sobre vingança é enorme. Há uma crença japonesa de que os yurei existem devido ao sentimento de vingança presente no corpo.

 

PS: é interessante notar que os contos do estilo kaidan possuem referências ao elemento água. Devido que na crença nipônica, a água é a estrada para o submundo. Kaidan também é parte de um tipo de jogo japonês. O jogo é basicamente do mesmo tipo daqueles de invocação de espíritos e demônios ou algo parecido aqui do ocidente. Onde se tem que fazer uma espécie de ritual para realizar o jogo.

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